Em algumas poucas décadas, um computador portátil poderá superar um cérebro humano e, pouco depois, revelar-se mais poderoso que a soma de todos os bilhões de cérebros do planeta. Mesmo agora, porém, a inteligência artificial já está por toda parte e controla parte relevante da vida cotidiana, sem que as pessoas percebam. Algoritmos estipulam a pena de condenados, compram ações na bolsa e fazem diagnósticos médicos. O que significa isso?
Cada cultura, como a da palavra impressa em papel, conta uma história própria, tem um sentido específico. Este livro investiga a narrativa da cultura computacional, a eCultura, num ensaio que reúne ciência, mito e arte como lugares de residência de certezas e desejos da humanidade desde Homero, quando já se sonhava com o que agora está entre nós.
É uma longa aventura humana que nunca perdeu o objetivo de ter na Máquina sua aliada perfeita. A cultura computacional, hoje, pode garantir essa utopia insuperável– ou o Grande Desastre. O livro propõe um modelo de leitura da eCultura a partir de vinte e quatro figuras da linguagem computacional.
Por fim, o autor questiona onde está o sujeito e se existe algum sujeito na eCultura. A resposta imediata, automática, é que esse sujeito, o sujeito final no domínio da superinteligência artificial geral, seria essa própria super-IA cuja existência se esboça para um futuro próximo. Ele analise até onde esse automatismo se mantém e justifica.